StayAway por favor

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Recentemente assisti na TVI a um debate entre José Tribolet e Miguel de Sousa Tavares sobre a aplicação StayAway Covid e os receios do rastreio de localização aos cidadão a nível nacional. Tal como já tinha acontecido num passado recente num outro tema, Miguel de Sousa Tavares voltou (e bem) a alertar para o pior, mas esteve mal ao assumir que esse cenário fosse provável.

Estou longe de ser perito em ciber segurança ou de conseguir entender todo e qualquer troço de código produzido, mas não tenho razões para desconfiar das nossas instituições públicas e muito menos da forma como todo este processo foi conduzido.

Para quem não sabe, o código fonte da aplicação encontra-se aberto e disponível para contribuições de qualquer cidadão. Contribuições essas, que estão também abertas à discussão e ao escrutínio antes de integrarem o código fonte. É preciso também estar ciente de que para além do código aberto, a aplicação teve de passar por várias análises de comissões de protecção de dados e de protecção dos consumidores antes de ter sido disponibilizada ao público.

Compreendo a preocupação com a constante observação da localização dos cidadãos, porém é preciso entender que a aplicação rastreia contactos mas não a localização. Significa que conseguirá perceber que se esteve em contacto com alguém mas não se conseguirá precisar como, nem quando, nem onde.

Vivemos cada vez mais numa época em que se duvida de tudo e de todos e se tem a certeza do que não se sabe. Assumimos conspirações e/ou segundas intenções por todas as classes sociais que não a nossa. Mas o nosso passado recente mostra que vivemos numa sociedade em que qualquer passo nesse sentido seria travado e denunciado por oficiais, jornalistas e activistas de todos os cantos da sociedade civil.

Portanto, peço-vos que instalem a aplicação não por ser um direito do estado mas por ser o nosso dever como cidadãos.

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