Verificação com transparência

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No passado mês de Maio, pela primeira vez na sua história, o Twitter anotou um tweet do presidente dos Estados Unidos da América como contendo informação falsa, solicitando aos seus utilizadores a “verificarem os factos” numa página dedicada ao evento. Esta verificação é produto de uma das novas políticas adoptadas pela plataforma no final do ano passado e que pretende servir o interesse público.

É certo que esta medida combate a desinformação dos seus utilizadores, mas ao mesmo tempo, abre uma caixa de pandora. Se as razões que levam à plataforma a anotar foram divulgadas, o mesmo nao se pode dizer sobre quem o decide fazer.

“Uma equipa multidisciplinar incluindo representantes legais e de políticas públicas”, não ilucida muito no que à transparência diz respeito. Será que o mesmo se vai aplicar a adversários politicos do espectro político oposto? Será a notícia de um canal de televisão com uma tendência politica contrária, a melhor maneira de o fazer?

A verificação de factos é cada vez mais comum nos meios de comunicação, com o programa Polígrafo a ter destaque em Portugal, ou até a página da Reuters nos meio internacional, mas há uma diferença importante a ter em conta. As redes sociais são plataformas de comunicação e não fontes de informação. Isto significa, que devem disponibilizar um meio para várias entidades comunicarem mas não necessariamente dar primazia a uma delas. É certo que factos, são factos. Mas a forma como estes são apresentados e justificados também pode ser falaciosa.

A utilização de várias fontes de informação dos mais variados espectros políticos no momento da verificação, poderá ajudar à transparência mas não resolve o problema principal. A luta pela verdade deverá ser sempre a prioridade mas esperemos que não crie mais problemas do que os que pretende resolver.

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